terça-feira, 14 de abril de 2015

Fórmulas Infantis

Boa noite, pessoal !
O post de hoje, como explicamos no passado, vai ser um geralzão sobre as famosas fórmulas infantis, vamos falar sobre a composição e dar algumas dicas para um preparo mais seguro e eficaz.
Um fórmula infantil é, em teoria, um produto baseado no leite mamífero, principalmente o de vaca, modificado, tornando-o mais similar as necessidades do recém-nascido. Existem várias fórmulas que se adaptam as diversas fases do desenvolvimento infantil: de partida, de seguimento, destinadas a necessidades dietoterápicas específicas, anti-regurgitamento, para prematuros, derivadas da soja, sem lactose, hidrolisados proteicos.

O trecho abaixo foi retirado do portal Anvisa e fala um pouco sobre a legislação das fórmulas infantis :
''Com a publicação das Resoluções RDC n. 43, 44 e 45 de 2011, a Portaria SVS/MS n. 977/1998 (Regulamento Técnico referente às fórmulas infantis para lactentes e às fórmulas infantis de seguimento) foi revogada. Dessa forma, as fórmulas infantis são atualmente regulamentadas pelas seguintes Resoluções: I) Resolução RDC n. 43/2011- Regulamento Técnico para fórmulas infantis para lactentes: De acordo com o inciso I do artigo 6º desta Resolução, fórmula infantil para lactentes é o produto, em forma líquida ou em pó, utilizado sob prescrição, especialmente fabricado para satisfazer, por si só, as necessidades nutricionais dos lactentes sadios durante os primeiros seis meses de vida (5 meses e 29 dias); II) Resolução RDC n. 44/2011- Regulamento Técnico para fórmulas infantis de seguimento para lactentes e crianças de primeira infância: De acordo com o inciso I do artigo 6º desta Resolução, fórmula infantil de seguimento para lactentes e crianças de primeira infância é o produto, em forma líquida ou em pó, utilizado quando indicado, para lactentes sadios a partir do sexto mês de vida até doze meses de idade incompletos (11 meses e 29 dias) e para crianças de primeira infância sadias (crianças de doze meses até três anos de idade, ou seja, até os 36 meses), constituindo-se o principal elemento líquido de uma dieta progressivamente diversificada. III) Resolução RDC n. 45/2011- Regulamento Técnico para fórmulas infantis para lactentes destinadas a necessidades dietoterápicas específicas e fórmulas infantis de seguimento para lactentes e crianças de primeira infância destinadas a necessidades dietoterápicas específicas. De acordo com o inciso I do artigo 6º desta Resolução, fórmula infantil para lactentes destinada a necessidades dietoterápicas específicas é aquela cuja composição foi alterada ou especialmente formulada para atender, por si só, às necessidades específicas decorrentes de alterações fisiológicas e/ou doenças temporárias ou permanentes e/ou para a redução de risco de alergias em indivíduos predispostos de lactentes até o sexto mês de vida (5 meses e 29 dias). Além disso, conforme estabelece o inciso II do artigo 6º desta Resolução, fórmula infantil de seguimento para lactentes e crianças de primeira infância destinada a necessidades dietoterápicas específicas é aquela cuja composição foi alterada ou especialmente formulada para atender às necessidades específicas decorrentes de alterações fisiológicas e/ou doenças temporárias ou permanentes e/ou para a redução de risco de alergias em indivíduos predispostos de lactentes a partir do sexto mês de vida até doze meses de idade incompletos (11 meses e 29 dias) e de crianças de primeira infância, constituindose o principal elemento líquido de uma dieta progressivamente diversificada. Vale ressaltar que o processo de revisão da Portaria SVS/MS n. 977/1998 também culminou com a publicação de regulamentos sobre compostos de nutrientes e aditivos alimentares para uso nesses alimentos, conforme descrito a seguir: I) Resolução RDC n. 42/2011 – Regulamento Técnico de compostos de nutrientes para alimentos destinados a lactentes e a crianças de primeira infância: Este regulamento estabelece a lista de compostos de nutrientes que podem ser usados em alimentos para fins especiais destinados a lactentes e a crianças de primeira infância, incluindo as fórmulas infantis. II) Resolução RDC n. 46/2011 – Regulamento Técnico de aditivos alimentares e coadjuvantes de tecnologia para fórmulas infantis destinadas a lactentes e crianças de primeira infância: Este regulamento se aplica às fórmulas infantis para lactentes, às fórmulas infantis de seguimento para lactentes e crianças de primeira infância, às fórmulas infantis para lactentes destinadas a necessidades dietoterápicas específicas, às fórmulas infantis de seguimento para lactentes e crianças de primeira 6 infância destinadas a necessidades dietoterápicas específicas e aos alimentos similares especialmente formulados para lactentes e crianças de primeira infância comercializados no país. Destaca-se ainda que a comercialização e as práticas correlatas de alimentos para lactentes e crianças de primeira infância, incluindo as fórmulas infantis, estão regulamentadas pela Lei n. 11.265/2006. '' Acesso em: 11/04/2015

A tabela a seguir, retirada da produção ''Fórmulas infantis para alimentação recém-nascidos'', mostra a composição nutricional da fórmula (leite) de partida e de seguimento:


Leite de Partida
Leite de Seguimento
Leite de Seguimento
NUTRIENTE
Unidade de Medida
Mínimo
Máximo
Mínimo
Máximo
Valor Energético em 100mL
kcal
60
70
60
70
Carboidratos
g
9,0
14,0
9,0
14,0
Lactose
g
4,5
-
4,5
*
Proteína do leite de vaca hidrolisadas e não hidrolisadas

g
1,8
3,0
1,8
3,5
Proteínas isoladas de soja
g
2,25
3,0
2,25
3,5
Mistura de leite de vaca e de soja
g
2,25
3,0
2,25
3,5
Gorduras totais
g
4,4
6,0
4
6
Ácido Linoléico
mg
300
1400
300
1400
Ácido α-linolênico
mg
50
-
50
-
Sódio
mg
20
60
20
60
Cálcio **
mg
50
-
50
-
Ferro
mg
0,45
1,3
0,9
2,0
Potássio
mg
60
180
60
180
Cloreto
mg
50
160
50
160
Fósforo
mg
25
-
25
-
Magnésio
mg
5
-
5
-
Iodo
μg
10
-
10
-
Cobre
μg
35
-
35
-
Zinco
mg
0,5
-
0,5
-
Selênio
μg
1
-
1
-
Manganês
μg
1
-
1
-
VitaminaA***
μg RE
60
180
60
180
Vitamina D3
μg
1
2,5
1
3
Vitamina E
mg α-TE
0,5
-
0,5
-
Vitamina K
μg
4
-
4
-
Vitamina C
mg
10
-
10
-
Niacina
μg
300
-
300
-
Vitamina B6
μg
35
-
35
-
Ácido Fólico
μg
10
-
10
-
Ácido Pantotênico
μg
400
-
400
-
Vitamina B12
μg
0,1
-
0,1
-
Biotina
μg
1,5
-
1,5
-
Colina
mg
7
-
7
-
Taurina
mg
-
12
-
12
L-Carnitina
mg
1,2
-
-
-

Fonte: Resolução 43 e 44 de 19 de Setembro de 2011.

É importante lembrar que o modo de preparo das fórmulas é bem específico para se obter um melhor resultado.
As Resoluções RDC n. 43, 44 e 45 de 2011 preveem a declaração, no rótulo de fórmulas infantis, de instrução clara de que o produto deve ser preparado com água fervida e posteriormente resfriada a temperatura não inferior a 70°C, para produtos que necessitam de reconstituição. (ANVISA)
O ideal seria que a diluição se desse a uma temperatura de 70°C. Nessa temperatura o risco de contaminação microbiológica (E. sakazakii e Salmonella) é reduzido. Essa temperatura também reduz o impacto da resconstituição a alta temperatura na perda de nutrientes termo-sensíveis, no risco de queimaduras nos lactentes e nas pessoas que preparam as fórmulas, na ativação dos esporos de B. cereus ou de outras bactérias e na formação de grumos. (Professores Osmar, Juliana e Tatiane foram contemplados nessa postagem hahaha)
O documento da FAO/WHO de 2007 (Safe preparation, storage and handling of powdered infant formula – Guidelines, 2007) ressalta que quando não estiver disponível um líquido estéril, preparar as fórmulas infantis com água em temperatura não inferior a 70ºC reduz dramaticamente o risco, mesmo quando o tempo para o consumo da fórmula é demorado, em climas quentes e onde a refrigeração para a fórmula preparada não está facilmente disponível. No entanto, recomenda-se que as fórmulas não sejam mantidas em temperatura ambiente por mais de duas horas, mesmo quando a diluição ocorre em temperatura não inferior a 70ºC, tendo em vista a possibilidade de contaminação tanto no preparo quanto durante a alimentação. (ANVISA)

É válido lembrar que na grande maioria das vezes a fórmula não substitui o aleitamento materno, que é a melhor fonte nutricional nos primeiros meses de vida. Ela deve ser usada apenas quando realmente for necessária, com indicação de médicos ou nutricionistas, e sempre seguindo a idade indicada na embalagem. O acompanhamento médico é essencial, não negligencie.


Essa foi a postagem da semana, esperamos que tenham gostado. 
No próximo post falaremos sobre o leite de vaca no aleitamento.
Até a próxima !

obs: E só pra garantir que todos entenderam, se o aleitamento materno for possível, devemos substituir-lo por fórmulas ? Nan. (só os fortes entenderão)

Referência:

Perguntas e Respostas sobre Fórmulas Infantis Gerência de Produtos Especiais Gerência Geral de Alimentos - Agência Nacional de Vigilância Sanitária 
(http://portal.anvisa.gov.br/wps/wcm/connect/1b72ce0043163045ac68bde6ad24d25c/Perguntas+e+Respostas+sobre+F%C3%B3rmulas+Infantis_3a+vers%C3%A3o_fev+2014.pdf?MOD=AJPERES)

9 comentários:

  1. Então sou forte hahaha! Adorei a piadinha do final... Mas complementando-a, o leite materno contém todas as proteínas, açúcar, gordura, vitaminas e água que o bebé necessita para ser saudável, e, além disso, contém determinados elementos que o leite em pó não consegue incorporar, tais como anticorpos e glóbulos brancos. É por isso que o leite materno protege o bebé de certas doenças e infecções, como otites, alergias, vômitos, diarreia, pneumonias, bronquiolites e meningites. Além da imunidade passiva, a amamentação também melhora o desenvolvimento mental do bebê, é mais facilmente digerido, desenvolve o vínculo afetivo com a mãe e o ato de mamar ao peito melhora a formação da boca e o alinhamento dos dentes :o
    Então NAN se deve substituir quando se pode amamentar ;)
    Aguardando novas postagens!

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  2. NAN devemos substituir! Hahahaha. Gostei!

    Há estudos que comprovam a superioridade do leite materno sobre o aleitamento sim. Ha o risco, ainda, da hiperdiluicão das formulas, o que pode causar desnutrição. O mesmo, claro, não ocorre com o leite materno. O Ferro e o Zinco presentes no leite da mãe também é melhor absorvido.

    Parabéns pela postagem.

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  3. GRUPO F

    Somos fortes hahaha. O uso de substitutos, como foi dito, deve sempre ter a indicação e acompanhamento médico e de preferência de um nutricionista pois mesmo simulando muito o leite materno nunca será um substituto ideal. Como já foi dito nos outros comentários há diversas dimensões em que os substitutos perdem feio para o aleitamento direto ao peito materno, dimensões que vão desde a imunização passiva à formação dos dentes e da boca.
    Quem dera minha mãe tivesse todas essas informações quando eu era um bebê, nunca tinha usado esses substitutos pra me alimentar. Armaria mainha, NAN.

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  4. Este comentário foi removido pelo autor.

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    Respostas
    1. GRUPO I

      haha, gostei da zueira no final. Mas realmente, amamentar é a melhor atitude que se pode ter para o bebê. O leite materno é insubstituível sob todos os pontos de vista:sua composição oferece tudo o que a criança precisa para se desenvolver, em quantidades e variedades perfeitas, sem deixar faltar nenhum nutriente. Até a água está presente para garantir a hidratação. As crianças alimentadas ao seio são menos obesas e apresentam uma frequência menor de processos alérgicos nos primeiros meses de vida. Quando a amamentação ocorre da maneira correta, fortalece a musculatura da face, boca e língua, prevenindo problemas futuros de fala e oclusão de dentes. Aleitamento traz benefícios também de ordem econômica já que é de graça e pode ser transportado para qualquer lugar: basta a mãe estar junto ao filho. E um dos fatores mais importantes: o ato de amamentar fortalece o vínculo afetivo entre mãe e filho de uma forma que nada mais consegue.
      Abraços!!

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  5. Grupo k

    Kkkkkkkkk, muito boa a postagem. A mistura de bom humor com o repasse de informação correta e de grande importância para a população é um ótimo jeito de "didática". Achei de fundamental importância a citação e o reforço na informação que o leite materno é quase que "insubstituível". A importância de se manter a amamentação a até no mínimo seis meses também foi muito pertinente. Achei impressionante a quantidade de nutrientes que o leite materno possui e que grande maioria é imprescindível para o melhor desenvolvimento do bebê. Importante citar também que essa amamentação é excepcional para o sistema imune da criança. Já é fato na área da saúde a importância do leite materno e seu post veio para corroborar com essa verdade.

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  6. kkkkkkkkkk excelente postagem, bem informativa e ao mesmo tempo leve. Como já mencionado tal mistura de elementos favorecem a compreensão acerca do tema proposto. As informações prestadas a respeito das normas, diretrizes e conceitos que regem as ditas fórmulas infantis são de extrema importância para os profissionais de saúde que prestam acompanhamento às lactantes e lactentes, como também para as mães que amamentam ficarem atentas ao comprar produtos e como avaliá-los.

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  7. GRUPO J
    Nan. Somos fortes o/ kkkk!!
    Excelente postagem! Pesquisando mais sobre o assunto, encontrei a interessante informação de que o recém-nascido humano, particularmente, se pré-termo, demonstra uma imaturidade no desenvolvimento das funções digestiva, metabólica e excretora. Tal imaturidade se traduz por múltiplas deficiências enzimáticas, que causam modificações nas funções gástrica e pancreática, na síntese de ácidos biliares, nas conversões de metionina em cistina, fenilalanina em tirosina e amônia em uréia, bem como na oxidação da tirosina; existe ainda uma reduzida capacidade para excreção de sódio, de sobrecargas osmóticas e de íons hidrogênio. Está aí a importância em se preferir o aleitamento materno em comparação a fórmulas. Pois, por meio das peculiaridades de sua composição nutricional, o leite materno é, indubitavelmente, o alimento mais adequado para superar as deficiências citadas, permitindo ao recém-nascido uma ótima adaptação ao seu novo ambiente.
    Aguardando as próximas postagens, até mais!

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  8. Grupo M:

    Muito legal e interessante a postagem por ressaltar a importância da amamentação nos primeiros meses de vida da criança, evidenciando que o leite materno só deve ser substituído em casos especiais com lactentes destinados a necessidades de dietas específicas, com uma composição formulada para suprir suas deficiências, suas necessidades decorrentes de alterações fisiológicas ou doenças que acometeram o recém-nascido, como citado na postagem. Foi de grande relevância a postagem, pois serve também como um alerta, uma vez que a todo momento somos bombardeados pela mídia com propagandas de leite destinados às crianças. Por mais que elas direcionem o público-alvo de seu produto, a exposição do mesmo não é colocada de maneira correta, e os pais, muitas vezes, leigos e “iludidos” pela quantidade de vantagens expostas no comercial, acabam por convencidos de que aquele produto irá oferecer mais nutrientes que o leite materno na amamentação. Pesquisas realizadas em diversos países já comprovaram a maior eficiência do leite materno sobre as fórmulas infantis. Bebês cuja dieta nos seis primeiros meses de vida é única e exclusivamente baseada no leite materno apresenta uma incidência de infecção gastrintestinais 47% mais baixa e uma taxa de doença respiratória 34% inferior em relação àqueles que não tiveram uma dieta rígida de amamentação. Além disso, é na amamentação que se dá um dos meios de origem da microbiota normal do indivíduo, microbiota esta muito importante para a proteção contra doenças por prevenirem o crescimento de micro-organismos nocivos, além de produzirem substâncias úteis como vitamina K e outras, ou seja, é a amamentação que oferece o suporte para a criação da microbiota normal, diminuindo riscos de infecções gastrintestinais, como já falado, diminuindo o risco de infecções no ouvido, diminuindo riso de efeitos secundários de contaminantes ambientais, de doença cardiovascular. Enfim, uma infinidade de benefícios à saúde do lactante. Daí a importância de NAM substituirmos o aleitamento materno quando este for possível hahaha Muito legal o trocadilho, postagem de extrema relevância.

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