Boa noite, pessoal !
O
post de hoje, como explicamos no passado, vai ser um geralzão sobre as famosas fórmulas infantis, vamos falar sobre a composição e dar algumas dicas para um preparo mais seguro e eficaz.
Um
fórmula infantil é, em teoria, um produto baseado no leite
mamífero, principalmente o de vaca, modificado, tornando-o mais
similar as necessidades do recém-nascido. Existem várias fórmulas
que se adaptam as diversas fases do desenvolvimento infantil: de
partida, de seguimento, destinadas a necessidades dietoterápicas
específicas, anti-regurgitamento, para prematuros, derivadas da
soja, sem lactose, hidrolisados proteicos.
O
trecho abaixo foi retirado do portal Anvisa e fala um pouco sobre a
legislação das fórmulas infantis :
''Com
a publicação das Resoluções RDC n. 43, 44 e 45 de 2011, a
Portaria SVS/MS n. 977/1998 (Regulamento Técnico referente às
fórmulas infantis para lactentes e às fórmulas infantis de
seguimento) foi revogada. Dessa forma, as fórmulas infantis são
atualmente regulamentadas pelas seguintes Resoluções: I) Resolução
RDC n. 43/2011- Regulamento Técnico para fórmulas infantis para
lactentes: De acordo com o inciso I do artigo 6º desta Resolução,
fórmula infantil para lactentes é o produto, em forma líquida ou
em pó, utilizado sob prescrição, especialmente fabricado para
satisfazer, por si só, as necessidades nutricionais dos lactentes
sadios durante os primeiros seis meses de vida (5 meses e 29 dias);
II) Resolução RDC n. 44/2011- Regulamento Técnico para fórmulas
infantis de seguimento para lactentes e crianças de primeira
infância: De acordo com o inciso I do artigo 6º desta Resolução,
fórmula infantil de seguimento para lactentes e crianças de
primeira infância é o produto, em forma líquida ou em pó,
utilizado quando indicado, para lactentes sadios a partir do sexto
mês de vida até doze meses de idade incompletos (11 meses e 29
dias) e para crianças de primeira infância sadias (crianças de
doze meses até três anos de idade, ou seja, até os 36 meses),
constituindo-se o principal elemento líquido de uma dieta
progressivamente diversificada. III) Resolução RDC n. 45/2011-
Regulamento Técnico para fórmulas infantis para lactentes
destinadas a necessidades dietoterápicas específicas e fórmulas
infantis de seguimento para lactentes e crianças de primeira
infância destinadas a necessidades dietoterápicas específicas. De
acordo com o inciso I do artigo 6º desta Resolução, fórmula
infantil para lactentes destinada a necessidades dietoterápicas
específicas é aquela cuja composição foi alterada ou
especialmente formulada para atender, por si só, às necessidades
específicas decorrentes de alterações fisiológicas e/ou doenças
temporárias ou permanentes e/ou para a redução de risco de
alergias em indivíduos predispostos de lactentes até o sexto mês
de vida (5 meses e 29 dias). Além disso, conforme estabelece o
inciso II do artigo 6º desta Resolução, fórmula infantil de
seguimento para lactentes e crianças de primeira infância destinada
a necessidades dietoterápicas específicas é aquela cuja composição
foi alterada ou especialmente formulada para atender às necessidades
específicas decorrentes de alterações fisiológicas e/ou doenças
temporárias ou permanentes e/ou para a redução de risco de
alergias em indivíduos predispostos de lactentes a partir do sexto
mês de vida até doze meses de idade incompletos (11 meses e 29
dias) e de crianças de primeira infância, constituindose o
principal elemento líquido de uma dieta progressivamente
diversificada. Vale ressaltar que o processo de revisão da Portaria
SVS/MS n. 977/1998 também culminou com a publicação de
regulamentos sobre compostos de nutrientes e aditivos alimentares
para uso nesses alimentos, conforme descrito a seguir: I) Resolução
RDC n. 42/2011 – Regulamento Técnico de compostos de nutrientes
para alimentos destinados a lactentes e a crianças de primeira
infância: Este regulamento estabelece a lista de compostos de
nutrientes que podem ser usados em alimentos para fins especiais
destinados a lactentes e a crianças de primeira infância, incluindo
as fórmulas infantis. II) Resolução RDC n. 46/2011 – Regulamento
Técnico de aditivos alimentares e coadjuvantes de tecnologia para
fórmulas infantis destinadas a lactentes e crianças de primeira
infância: Este regulamento se aplica às fórmulas infantis para
lactentes, às fórmulas infantis de seguimento para lactentes e
crianças de primeira infância, às fórmulas infantis para
lactentes destinadas a necessidades dietoterápicas específicas, às
fórmulas infantis de seguimento para lactentes e crianças de
primeira 6 infância destinadas a necessidades dietoterápicas
específicas e aos alimentos similares especialmente formulados para
lactentes e crianças de primeira infância comercializados no país.
Destaca-se ainda que a comercialização e as práticas correlatas de
alimentos para lactentes e crianças de primeira infância, incluindo
as fórmulas infantis, estão regulamentadas pela Lei n. 11.265/2006.
'' Acesso em: 11/04/2015
A
tabela a seguir, retirada da produção ''Fórmulas infantis para
alimentação recém-nascidos'', mostra a composição nutricional da
fórmula (leite) de partida e de seguimento:
Leite de Partida
|
Leite
de Seguimento
|
Leite de Seguimento | |||
NUTRIENTE
|
Unidade
de Medida
|
Mínimo
|
Máximo
|
Mínimo
|
Máximo
|
Valor
Energético em 100mL
|
kcal
|
60
|
70
|
60
|
70
|
Carboidratos
|
g
|
9,0
|
14,0
|
9,0
|
14,0
|
Lactose
|
g
|
4,5
|
-
|
4,5
|
*
|
Proteína
do leite de vaca hidrolisadas e não hidrolisadas
|
g
|
1,8
|
3,0
|
1,8
|
3,5
|
Proteínas
isoladas de soja
|
g
|
2,25
|
3,0
|
2,25
|
3,5
|
Mistura
de leite de vaca e de soja
|
g
|
2,25
|
3,0
|
2,25
|
3,5
|
Gorduras
totais
|
g
|
4,4
|
6,0
|
4
|
6
|
Ácido
Linoléico
|
mg
|
300
|
1400
|
300
|
1400
|
Ácido
α-linolênico
|
mg
|
50
|
-
|
50
|
-
|
Sódio
|
mg
|
20
|
60
|
20
|
60
|
Cálcio
**
|
mg
|
50
|
-
|
50
|
-
|
Ferro
|
mg
|
0,45
|
1,3
|
0,9
|
2,0
|
Potássio
|
mg
|
60
|
180
|
60
|
180
|
Cloreto
|
mg
|
50
|
160
|
50
|
160
|
Fósforo
|
mg
|
25
|
-
|
25
|
-
|
Magnésio
|
mg
|
5
|
-
|
5
|
-
|
Iodo
|
μg
|
10
|
-
|
10
|
-
|
Cobre
|
μg
|
35
|
-
|
35
|
-
|
Zinco
|
mg
|
0,5
|
-
|
0,5
|
-
|
Selênio
|
μg
|
1
|
-
|
1
|
-
|
Manganês
|
μg
|
1
|
-
|
1
|
-
|
VitaminaA***
|
μg
RE
|
60
|
180
|
60
|
180
|
Vitamina
D3
|
μg
|
1
|
2,5
|
1
|
3
|
Vitamina
E
|
mg
α-TE
|
0,5
|
-
|
0,5
|
-
|
Vitamina
K
|
μg
|
4
|
-
|
4
|
-
|
Vitamina
C
|
mg
|
10
|
-
|
10
|
-
|
Niacina
|
μg
|
300
|
-
|
300
|
-
|
Vitamina
B6
|
μg
|
35
|
-
|
35
|
-
|
Ácido
Fólico
|
μg
|
10
|
-
|
10
|
-
|
Ácido
Pantotênico
|
μg
|
400
|
-
|
400
|
-
|
Vitamina
B12
|
μg
|
0,1
|
-
|
0,1
|
-
|
Biotina
|
μg
|
1,5
|
-
|
1,5
|
-
|
Colina
|
mg
|
7
|
-
|
7
|
-
|
Taurina
|
mg
|
-
|
12
|
-
|
12
|
L-Carnitina
|
mg
|
1,2
|
-
|
-
|
-
|
Fonte: Resolução 43
e 44 de 19 de Setembro de 2011.
É importante lembrar
que o modo de preparo das fórmulas é bem específico para se obter
um melhor resultado.
As Resoluções RDC n.
43, 44 e 45 de 2011 preveem a declaração, no rótulo de fórmulas
infantis, de instrução clara de que o produto deve ser preparado
com água fervida e posteriormente resfriada a temperatura não
inferior a 70°C, para produtos que necessitam de reconstituição.
(ANVISA)
O
ideal seria que a diluição se desse a uma temperatura de 70°C.
Nessa temperatura o risco de contaminação microbiológica (E.
sakazakii e Salmonella) é
reduzido. Essa temperatura também reduz o impacto da resconstituição
a alta temperatura na perda de nutrientes termo-sensíveis, no risco
de queimaduras nos lactentes e nas pessoas que preparam as fórmulas,
na ativação dos esporos de B. cereus ou de outras bactérias e na
formação de grumos. (Professores
Osmar, Juliana e Tatiane foram contemplados nessa postagem hahaha)
O documento da FAO/WHO
de 2007 (Safe preparation, storage and handling of powdered infant
formula – Guidelines, 2007) ressalta que quando não estiver
disponível um líquido estéril, preparar as fórmulas infantis com
água em temperatura não inferior a 70ºC reduz dramaticamente o
risco, mesmo quando o tempo para o consumo da fórmula é demorado,
em climas quentes e onde a refrigeração para a fórmula preparada
não está facilmente disponível. No entanto, recomenda-se que as
fórmulas não sejam mantidas em temperatura ambiente por mais de
duas horas, mesmo quando a diluição ocorre em temperatura não
inferior a 70ºC, tendo em vista a possibilidade de contaminação
tanto no preparo quanto durante a alimentação. (ANVISA)
É
válido lembrar que na grande maioria das vezes a fórmula não
substitui o aleitamento materno, que é a melhor fonte nutricional
nos primeiros meses de vida. Ela deve ser usada apenas quando
realmente for necessária, com indicação de médicos ou
nutricionistas, e sempre seguindo a idade indicada na embalagem. O
acompanhamento médico é essencial, não negligencie.
Essa foi a postagem da
semana, esperamos que tenham gostado.
No próximo post
falaremos sobre o leite de vaca no aleitamento.
Até a próxima !
obs: E só pra garantir que todos entenderam, se o aleitamento materno for possível, devemos substituir-lo por fórmulas ? Nan. (só os fortes entenderão)
Referência:
Perguntas
e Respostas sobre Fórmulas Infantis Gerência de Produtos Especiais
Gerência Geral de Alimentos - Agência Nacional de Vigilância
Sanitária
(http://portal.anvisa.gov.br/wps/wcm/connect/1b72ce0043163045ac68bde6ad24d25c/Perguntas+e+Respostas+sobre+F%C3%B3rmulas+Infantis_3a+vers%C3%A3o_fev+2014.pdf?MOD=AJPERES)
Então sou forte hahaha! Adorei a piadinha do final... Mas complementando-a, o leite materno contém todas as proteínas, açúcar, gordura, vitaminas e água que o bebé necessita para ser saudável, e, além disso, contém determinados elementos que o leite em pó não consegue incorporar, tais como anticorpos e glóbulos brancos. É por isso que o leite materno protege o bebé de certas doenças e infecções, como otites, alergias, vômitos, diarreia, pneumonias, bronquiolites e meningites. Além da imunidade passiva, a amamentação também melhora o desenvolvimento mental do bebê, é mais facilmente digerido, desenvolve o vínculo afetivo com a mãe e o ato de mamar ao peito melhora a formação da boca e o alinhamento dos dentes :o
ResponderExcluirEntão NAN se deve substituir quando se pode amamentar ;)
Aguardando novas postagens!
NAN devemos substituir! Hahahaha. Gostei!
ResponderExcluirHá estudos que comprovam a superioridade do leite materno sobre o aleitamento sim. Ha o risco, ainda, da hiperdiluicão das formulas, o que pode causar desnutrição. O mesmo, claro, não ocorre com o leite materno. O Ferro e o Zinco presentes no leite da mãe também é melhor absorvido.
Parabéns pela postagem.
GRUPO F
ResponderExcluirSomos fortes hahaha. O uso de substitutos, como foi dito, deve sempre ter a indicação e acompanhamento médico e de preferência de um nutricionista pois mesmo simulando muito o leite materno nunca será um substituto ideal. Como já foi dito nos outros comentários há diversas dimensões em que os substitutos perdem feio para o aleitamento direto ao peito materno, dimensões que vão desde a imunização passiva à formação dos dentes e da boca.
Quem dera minha mãe tivesse todas essas informações quando eu era um bebê, nunca tinha usado esses substitutos pra me alimentar. Armaria mainha, NAN.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirGRUPO I
Excluirhaha, gostei da zueira no final. Mas realmente, amamentar é a melhor atitude que se pode ter para o bebê. O leite materno é insubstituível sob todos os pontos de vista:sua composição oferece tudo o que a criança precisa para se desenvolver, em quantidades e variedades perfeitas, sem deixar faltar nenhum nutriente. Até a água está presente para garantir a hidratação. As crianças alimentadas ao seio são menos obesas e apresentam uma frequência menor de processos alérgicos nos primeiros meses de vida. Quando a amamentação ocorre da maneira correta, fortalece a musculatura da face, boca e língua, prevenindo problemas futuros de fala e oclusão de dentes. Aleitamento traz benefícios também de ordem econômica já que é de graça e pode ser transportado para qualquer lugar: basta a mãe estar junto ao filho. E um dos fatores mais importantes: o ato de amamentar fortalece o vínculo afetivo entre mãe e filho de uma forma que nada mais consegue.
Abraços!!
Grupo k
ResponderExcluirKkkkkkkkk, muito boa a postagem. A mistura de bom humor com o repasse de informação correta e de grande importância para a população é um ótimo jeito de "didática". Achei de fundamental importância a citação e o reforço na informação que o leite materno é quase que "insubstituível". A importância de se manter a amamentação a até no mínimo seis meses também foi muito pertinente. Achei impressionante a quantidade de nutrientes que o leite materno possui e que grande maioria é imprescindível para o melhor desenvolvimento do bebê. Importante citar também que essa amamentação é excepcional para o sistema imune da criança. Já é fato na área da saúde a importância do leite materno e seu post veio para corroborar com essa verdade.
kkkkkkkkkk excelente postagem, bem informativa e ao mesmo tempo leve. Como já mencionado tal mistura de elementos favorecem a compreensão acerca do tema proposto. As informações prestadas a respeito das normas, diretrizes e conceitos que regem as ditas fórmulas infantis são de extrema importância para os profissionais de saúde que prestam acompanhamento às lactantes e lactentes, como também para as mães que amamentam ficarem atentas ao comprar produtos e como avaliá-los.
ResponderExcluirGRUPO J
ResponderExcluirNan. Somos fortes o/ kkkk!!
Excelente postagem! Pesquisando mais sobre o assunto, encontrei a interessante informação de que o recém-nascido humano, particularmente, se pré-termo, demonstra uma imaturidade no desenvolvimento das funções digestiva, metabólica e excretora. Tal imaturidade se traduz por múltiplas deficiências enzimáticas, que causam modificações nas funções gástrica e pancreática, na síntese de ácidos biliares, nas conversões de metionina em cistina, fenilalanina em tirosina e amônia em uréia, bem como na oxidação da tirosina; existe ainda uma reduzida capacidade para excreção de sódio, de sobrecargas osmóticas e de íons hidrogênio. Está aí a importância em se preferir o aleitamento materno em comparação a fórmulas. Pois, por meio das peculiaridades de sua composição nutricional, o leite materno é, indubitavelmente, o alimento mais adequado para superar as deficiências citadas, permitindo ao recém-nascido uma ótima adaptação ao seu novo ambiente.
Aguardando as próximas postagens, até mais!
Grupo M:
ResponderExcluirMuito legal e interessante a postagem por ressaltar a importância da amamentação nos primeiros meses de vida da criança, evidenciando que o leite materno só deve ser substituído em casos especiais com lactentes destinados a necessidades de dietas específicas, com uma composição formulada para suprir suas deficiências, suas necessidades decorrentes de alterações fisiológicas ou doenças que acometeram o recém-nascido, como citado na postagem. Foi de grande relevância a postagem, pois serve também como um alerta, uma vez que a todo momento somos bombardeados pela mídia com propagandas de leite destinados às crianças. Por mais que elas direcionem o público-alvo de seu produto, a exposição do mesmo não é colocada de maneira correta, e os pais, muitas vezes, leigos e “iludidos” pela quantidade de vantagens expostas no comercial, acabam por convencidos de que aquele produto irá oferecer mais nutrientes que o leite materno na amamentação. Pesquisas realizadas em diversos países já comprovaram a maior eficiência do leite materno sobre as fórmulas infantis. Bebês cuja dieta nos seis primeiros meses de vida é única e exclusivamente baseada no leite materno apresenta uma incidência de infecção gastrintestinais 47% mais baixa e uma taxa de doença respiratória 34% inferior em relação àqueles que não tiveram uma dieta rígida de amamentação. Além disso, é na amamentação que se dá um dos meios de origem da microbiota normal do indivíduo, microbiota esta muito importante para a proteção contra doenças por prevenirem o crescimento de micro-organismos nocivos, além de produzirem substâncias úteis como vitamina K e outras, ou seja, é a amamentação que oferece o suporte para a criação da microbiota normal, diminuindo riscos de infecções gastrintestinais, como já falado, diminuindo o risco de infecções no ouvido, diminuindo riso de efeitos secundários de contaminantes ambientais, de doença cardiovascular. Enfim, uma infinidade de benefícios à saúde do lactante. Daí a importância de NAM substituirmos o aleitamento materno quando este for possível hahaha Muito legal o trocadilho, postagem de extrema relevância.