Neste
blog serão feitas postagens por um grupo de estudantes do segundo
período de Medicina da Universidade Federal do Piauí, campus
Parnaíba sobre o tema ''Desenvolvimento do bebê: aleitamento
materno ou fórmulas ?''. Tentaremos esclarecer algumas dúvidas
sobre o tema sempre dando uma visão bioquímica. Esperamos que o
blog seja útil e sirva de aprendizado para muitos de vocês
leitores.
Este
primeiro post será uma visão geral sobre o leite materno. E no próximo falaremos sobre as fórmulas
infantis. Essas duas primeiras postagens servirão como base para um
melhor entendimento bioquímico do leite e da fórmula.
Do
início ao fim da amamentação a composição de leito materno é
variável, visando sempre suprir as necessidades do bebê, que mudam
com o seu desenvolvimento. É válido lembrar que a composição
varia também de acordo com a nutrição da mãe.
A
primeira produção de leite no pós-parto é conhecida como
colostro. Um líquido de densidade variável e coloração amarela,
devido ao elevado teor de beta caroteno. É mais viscoso que o leite
maduro, possuindo maiores concentrações de proteínas, minerais e
vitaminas lipossolúveis, assim como menores teores de lactose,
gorduras e vitaminas do complexo B. Possui menor valor calórico e
contém resíduos de materias celulares presentes na glândula
mamaria e dutos por ocasião do parto.
O
leite humano maduro fornece, em média, 1,2 g de proteína para cada
100 ml. Entretanto uma boa parte dessa quantidade não chega a ser
absorvida e pode aparecer intacta nas fezes do lactente. Ao final
apenas 0,7 g/dl estariam disponíveis nutricionalmente. Entre as
muitas razões para essa perda podemos citar a grande estabilidade de
algumas proteínas, como IgA secretoria, a lactoferrina e lisozima,
em meio ácido e sua razoável resistência à ação de enzimas
proteolíticas.
As
gorduras constituem a maior fonte de energia do leite humano. Seu
conteúdo no leite maduro varia entre 3 e 4g/dl, correspondendo a
aproximadamente 40 a 50% do total calórico.
Os
lipídeos do leite são facilmente digeríveis por diversos fatores,
tais como composição a de ácidos graxos, comprimento de suas
cadeias, especificidade da estrutura dos triglicérides e atividades
enzimáticas complementares. Os principais ácidos graxos existentes
no leite humano restringem-se àqueles com cadeias de 12 a 18
carbonos.
Os
principais carboidratos encontrados, em ordem decrescente de
concentração, são: lactose, glicose, galactose, oligossacarídeos
e glicoproteínas. A lactose possui atividade anti-infecciosa
(auxilia de forma indireta na redução do pH intestinal, tornando-o
impróprio ao crescimento de bactérias patogênicas), e parece
auxiliar a absorção de cálcio e fósforo na luz intestinal, entre
muitas outras funções.
No
quadro abaixo, retirado da produção ''Composição nutricional do
colostro de mães de recém nascidos de termo adequados e pequenos
para a idade gestacional. II - Composição nutricional do leite
humano nos diversos estágios da lactação. Vantagens em relação
ao leite de vaca* '', podemos ver a concentração de diferentes
substâncias do leite em diferentes momentos e ainda compará-los com
o leite de vaca (posteriormente teremos um post sobre ele).
As principais vitaminas e suas respectivas concentrações podem ser encontradas no quadro acima.
Este
foi post de hoje, esperamos que tenha sido claro e útil para todos.
Até a próxima postagem, que como já foi dito será sobre as
fórmulas infantis.
Referência:
LAURINDO,
Valdenise Martins et al. Composição nutricional do colostro de mães
de recémnascidos de termo adequados e pequenos para a idade
gestacional. II - Composição nutricional do leite humano nos
diversos estágios da lactação. Vantagens em relação ao leite de
vaca*. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE INFECTOLOGIA PEDIÁTRICA, 8.,
1992, Salvador.
Postagem esclarecedora, principalmente para reforçar a superioridade do leite materno no aleitamento infantil.
ResponderExcluirOutra alternativa, usada principalmente no interior do Nordeste, é o leite de cabra. Apesar de ser muito similar ao de vaca, apresenta duas diferenças fundamentais. A primeira é a estrutura da caseína, que é similar à humana (a de vaca é diferente), o que reduz seu potencial alergênico. Entretanto, a segunda característica é sua pobreza em ácido fólico e vitamina B12, que pode causar anemia megalolástica. Apesar de necessitar somente de suplementação para ser tratada, pode causar atraso no desenvolvimento infantil e puberdade atrasada quando não diagnósticada e adequadamente tratada.
Vi lá no http://comoamamentar.com/leite-materno-x-leite-de-cabra-x-leite-de-vaca/
ExcluirGRUPO J
ResponderExcluirO recém-nascido humano, particularmente, se pré-termo, demonstra uma imaturidade no desenvolvimento das funções digestiva, metabólica e excretora. Esta imaturidade se traduz por múltiplas deficiências enzimáticas, que causam modificações nas funções gástrica e pancreática, na síntese de ácidos biliares, nas conversões de metionina em cistina, fenilalanina em tirosina e amônia em uréia, bem como na oxidação da tirosina; existe ainda uma reduzida capacidade para excreção de sódio, de sobre-cargas osmóticas e de íons hidrogênio59. O leite humano, através das peculiaridades de sua composição nutricional, é sem dúvida o alimento mais adequado para superar tais deficiências, permitindo ao recém-nascido uma ótima adaptação ao seu novo ambiente.
Fonte: LAURINDO, Valdenise Martins et al. Composição nutricional do colostro de mães de recémnascidos de termo adequados e pequenos para a idade gestacional. II - Composição nutricional do leite humano nos diversos estágios da lactação. Vantagens em relação ao leite de vaca*. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE INFECTOLOGIA PEDIÁTRICA, 8., 1992, Salvador.
GRUPO C
ResponderExcluirA postagem é muito esclarecedora e confirma o que já sabemos: o leite materno é o melhor alimento para o bebê. A OMS recomenda que o leite materno seja o alimento exclusivo do bebê nos seis primeiros meses de vida. O leite materno tem poder imunológico funciona como uma primeira vacina, seu grau de proteção é único, as crianças amamentadas ao seio tem menor risco de morrer por doenças infecciosas e redução das doenças gastrointestinais, diarréias, pneumonias e meningite; possui anticorpos, leucócitos que protegem contra a maioria das bactérias e vírus; alergia alimentar são menos frequentes em crianças amamentadas dois ou mais anos.
O processo de desmame deve ser gradual e é natural, o próprio bebê perde o interesse no leite materno. O motivo pelo qual isso ocorre não está bem esclarecido.
Grupo D
ResponderExcluirComo sabemos o leite materno é a mais importante fonte de nutrição de uma criança recém-nascida em seus primeiros meses. Segundo a Organização Mundial de Saúde, até os seis meses o bebê deve se alimentar exclusivamente de leite materno. Depois disso, a dieta pode ser complementada com outros tipos de alimentos, como frutas, papinhas de legumes e sucos. Entretanto, existem algumas mães que produzem pouco leite, principalmente nos primeiros dias de aleitamento. Para melhorar esse deficiência tem alguns alimentos que ajudam nessa produção entre eles destacamos: salmão, iogurte, legumes, arroz integral, ovos, folhas verdes, carnes magras, cereais integrais, laranja e agua. Isso pode ajudar a mãe na sua produção de leite, uma ferramenta ao seu favor.
http://www.bonde.com.br/?id_bonde=1-27--3-20131002. Acessado em 11 de abril de 2015.
Postagem super interessante! Sempre é bom relembrar que o aleitamento materno é super importante e não há como substituí-lo por outros, mesmo que similares em alguns pontos. Sobre o tema, queria compartilhar com vocês uma quebra num dos tabus que existe por aí, principalmente nas cidades do interior: Não existe isso de leite fraco ou leite forte! Existe leite bom pra criança :D
ResponderExcluirÀs vezes, as mães consideram seu leite fraco porque o comparam com o leite de vaca, que é mais denso e consistente o que, de certo modo, o torna impróprio para o ser humano. O bezerrinho, em um ano e meio ou dois, deverá ter-se transformado num animal adulto. O ser humano precisa de 16 a 18 anos para completar seu ciclo de desenvolvimento. Então, por que as mães acham que seu leite é fraco? Porque, quando a criança toma mamadeira, parece que fica mais tempo sem fome e dorme mais. Isso acontece porque a digestibilidade do leite de vaca, cujas moléculas são maiores, é muito lenta e provoca uma sobrecarga nos rins. A criança se sente como nós depois de comermos aquela feijoada do RU: de estômago cheio e sonolenta, largada. As mães não costumam estabelecer essa relação e julgam que seu leite está fraco.
Ah sim, também não tem isso de que não pode amamentar quando a mãe tá gripada. Podem e devem. Durante o processo gripal, a imunidade da mãe está sendo ativada, logo, os anticorpos já estão sendo encaminhados para o bebê, como já citado pelo pessoal do blog e por vários comentários, reforçando a importância da amamentação.
E não podemos esquecer que ela favorece o vínculo mãe-filho e facilita o desenvolvimento emocional, cognitivo e do sistema nervoso, ein?
Aguardando as próximas postagens sobre as tão faladas fórmulas :DD
GRUPO M: Muito legal a postagem. Além de tudo isso q foi falado, vale ressaltar que o recém-nascido e o lactente são dotados de uma atividade anabólica intensa,
ResponderExcluirdificilmente igualada em qualquer outro período de suas vidas; isto é particularmente verdadeiro para o recém nascido de baixo peso. Tal atividade
necessita, pois, de uma oferta correspondente de nitrogênio, que pode ser fornecida pelo leite humano, pelo leite de vaca in natura ou por fórmulas modificadas. Entretanto, o perfil de aminoácidos do leite humano é o mais adequado às características metabólicas do recém-nascido, constituindo este leite a opção de escolha para satisfazer suas necessidades proteicas. Aguardando o próximo post :))
O aleitamento materno não serve apenas para promoção de saúde infantil, como também apresenta vantagens para a mulher que amamenta. Dentre elas, destacam-se a redução da hemorragia pós-parto, aumento do espaçamento entre gestações desde que seja praticado o aleitamento exclusivo/predominante sob livre demanda, involução mais rápida do abdome da puérpera, diminuição da ocorrência de anemias e redução do risco de câncer de mama e ovário.
ResponderExcluirGRUPO K
ResponderExcluirExcelente sua abordagem sobre a temática!!! Muito interessante a forma como foi abordado!!! É interessante observar como é rica a composição do leite materno!!! Inúmeras pesquisas demonstram a importância da amamentação para a REDUÇÃO DA MORTALIDADE INFANTIL, por causa dessa riqueza de nutrientes que foi exposta no post, além disso o leite materno também é responsável pelo processo de imunização passiva do bebê. Seria interessante abordar as doenças que podem ser prevenidas com uma amamentação adequada.
Grupo I
ResponderExcluirFala, pessoal!!! Muito boa a postagem, bem completa e rica em informações.
Sem dúvida alguma, a amamentação é uma das experiências mais incríveis da maternidade e não há dúvidas sobre o quão importante ela é para a saúde do bebê. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, a amamentação deve ser exclusiva até os 6 meses e complementar até os 2 anos ou mais. Sim, a recomendação é que o aleitamento materno siga até, pelo menos, os 2 anos de idade, em paralelo com a alimentação da criança, que deve ser rica e variada. Mas ele pode (e deve) prosseguir se mãe e filho desejarem. Mas, apesar de ser extremamente importante para a criança e para a mãe e de ser recomenda pela OMS, o aleitamento prolongado é pouco praticado, infelizmente, devido às pressões sociais sofridas pela mãe. Entre as vantagens da amamentação prolongada temos, aumento da inteligência, Pesquisadores da Escola de Medicina de Christchurch, na Nova Zelândia, conduziram um estudo que mostrou que crianças amamentadas por mais tempo têm melhores resultados na escola; a amamentação reduz os riscos de câncer de mama (proporcional ao tempo que amamenta); a amamentação também constitui um importante processo de vínculo entre mãe e criança. No caso da amamentação prolongada, esse processo continua a crescer e a criar bases sólidas e importantes para o desenvolvimento do filho.
A concentração de sódio no leite humano maduro representa cerca de um terço dos valores presentes no colostro e no leite de vaca. Este níveis costumam ser suficientes para preencher as necessidades dos recém-nascidos de termo. Os recém-nascidos pré-termo, entretanto, particularmente aqueles de muito baixo peso, não possuem mecanismos bem desenvolvidos para a conservação do sódio, sendo sua fração de excreção elevada nos primeiros dez a catorze dias após o nascimento. As baixas concentrações de sódio no leite humano maduro e em algumas fórmulas destinadas a recém-nascidos de termo podem, pois, resultar em hiponatremia nos pequenos prematuros.
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